Gestão de dados na educação: como ela transforma o desempenho dos alunos
A gestão de dados na educação vem ganhando cada vez mais espaço nas discussões sobre inovação no ensino. Com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial, muitas escolas passaram a perceber que o uso estratégico das informações pode impactar diretamente o desempenho dos alunos.
Otimização do tempo e personalização do ensino
Um estudo da McKinsey, realizado em 2020, apontou que entre 20% e 40% do tempo dos professores era consumido com tarefas passíveis de automação. Isso revela um grande potencial: ao utilizar ferramentas tecnológicas de maneira inteligente, é possível otimizar processos e, ao mesmo tempo, oferecer um ensino mais personalizado e eficaz.
Não é só tecnologia de ponta: é saber usar a gestão de dados na educação
Muitas pessoas acreditam que melhorar o ensino exige investimentos milionários em tecnologia de ponta. No entanto, essa ideia nem sempre corresponde à realidade. Um sistema de gestão eficiente, aliado ao uso correto de informações como notas, faltas, ocorrências e rendimento, já contribui significativamente para melhorar os resultados dos alunos.
Case real: Rede de Colégios Santa Marcelina
A Rede de Colégios Santa Marcelina exemplifica bem como a gestão de dados pode transformar a educação. Por meio de uma plataforma de gestão escolar, a instituição gera relatórios individualizados dos alunos. Dessa forma, é possível atuar com muito mais precisão na orientação pedagógica.
Segundo Graziele C. Ortega, coordenadora de projetos educacionais da rede, o trabalho ocorre em duas frentes principais:
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Acompanhamento socioemocional e comportamental: busca entender se o aluno enfrenta dificuldades pessoais, de relacionamento ou organização dos estudos.
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Gestão da aprendizagem: envolve simulados, diagnósticos e o acompanhamento do desenvolvimento acadêmico, sempre alinhado às habilidades esperadas em cada etapa escolar.
Simulados que geram transformação real
Os simulados aplicados vão além das provas tradicionais. Eles ajudam a identificar se o aluno realmente está assimilando os conteúdos, seja em disciplinas específicas (como inglês), seja em competências como a produção textual.
Além disso, a leitura detalhada desses dados permite identificar causas de desempenho abaixo da média. Em muitos casos, a baixa nota da turma decorre da dificuldade de apenas alguns estudantes. Com essa informação em mãos, a escola intervém diretamente, sem comprometer os avanços daqueles que já estão indo bem.
“Conseguimos atuar no micro com os estudantes”, afirma Graziele. No ensino médio, por exemplo, os professores usam os resultados dos simulados para abrir discussões em sala e aprofundar os temas que geraram dúvidas ou erros frequentes.
Privacidade e ética: consequências da Gestão de Dados na Educação
Naturalmente, uma preocupação constante envolve a privacidade dos dados dos alunos. Por isso, todo o acompanhamento ocorre de maneira ética e respeitosa. Quando uma dificuldade é identificada – seja acadêmica ou emocional – a escola oferece apoio, como grupos de estudo. No entanto, a participação nesses recursos é sempre opcional, respeitando a autonomia do estudante.
Resultados já perceptíveis
Desde 2022, a Rede Santa Marcelina tem utilizado o sistema de simulados e análise de dados. Embora o foco principal ainda não seja o vestibular, já é possível perceber avanços concretos. Um exemplo claro está na melhoria da produção textual dos alunos.
Esse progresso resulta do exercício constante aliado a projetos que envolvem temas como questões socioemocionais, meio ambiente e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Como consequência, as habilidades dos estudantes se fortalecem tanto nos simulados quanto no desempenho geral.
Uma gestão eficiente de dados na educação não exige grandes investimentos em tecnologia avançada. Com ferramentas acessíveis e uso consciente das informações, escolas conseguem promover intervenções assertivas e desenvolver o potencial individual de cada aluno. A experiência da Rede Santa Marcelina comprova que essa abordagem, centrada no aluno, pode realmente transformar a educação.