A formação do hábito de leitura no Brasil é um desafio urgente e essencial para o desenvolvimento integral de crianças e jovens. Com a crescente influência das telas e o avanço acelerado da tecnologia, os livros vêm sendo deixados de lado. No entanto, ler continua sendo uma das formas mais eficazes de estimular a imaginação, a empatia e o pensamento crítico desde a infância.
Um cenário preocupante
Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro, mais da metade da população brasileira (53%) não leu nenhum livro em 2024. Isso representa quase 7 milhões de leitores a menos em comparação com 2019. Além disso, 73% dos brasileiros não finalizaram um único livro no mesmo período.
Esses dados revelam um panorama alarmante: estamos perdendo leitores cada vez mais cedo, muitas vezes antes mesmo de consolidar o processo de alfabetização. Por isso, é fundamental que escolas, famílias e sociedade atuem juntas para mudar esse cenário.
Por que o hábito de leitura importa?
A leitura frequente é um dos principais fatores para o fortalecimento da concentração e da memória de trabalho. Crianças que leem com regularidade conseguem manter o foco por mais tempo, além de desenvolverem maior autorregulação emocional — essencial para lidar com sentimentos como estresse e ansiedade.
Benefícios cognitivos da leitura
Ler estimula habilidades como:
- Observação
- Análise crítica
- Síntese
- Interpretação
Essas competências são fundamentais para a resolução de problemas e a tomada de decisões ao longo da vida escolar e profissional.
Leitura e desenvolvimento emocional
Além dos ganhos acadêmicos, o envolvimento com os livros fortalece a empatia, a criatividade e a linguagem oral e escrita. Ao mergulhar em diferentes narrativas, as crianças aprendem a se colocar no lugar do outro, ampliam seu repertório cultural e constroem significados sobre o mundo.
Por isso, mais do que um recurso pedagógico, a leitura deve ser vista como um direito fundamental da infância.
O impacto das telas no hábito de leitura
A presença constante da tecnologia e o uso excessivo de dispositivos eletrônicos têm prejudicado seriamente a relação das crianças com os livros. O imediatismo das telas interfere no desenvolvimento da atenção, da linguagem e da imaginação capacidades essenciais para o engajamento com a leitura.
Um equilíbrio necessário
Diante disso, é urgente promover uma relação mais afetiva e significativa com os livros, equilibrando os estímulos digitais com o tempo de qualidade dedicado à leitura. Isso requer o envolvimento direto de educadores e familiares.
O papel da escola e da família
As escolas devem atuar como espaços de inspiração literária. Ambientes acolhedores, rodas de leitura, contação de histórias e projetos interdisciplinares são estratégias eficazes para despertar o prazer pela leitura.
Famílias como modelos de leitores
Em casa, atitudes simples fazem toda a diferença: ler em voz alta, demonstrar interesse por histórias, limitar o uso de telas e valorizar momentos de leitura antes de dormir. O exemplo dos adultos é uma das ferramentas mais poderosas para incentivar o hábito de leitura.
Um compromisso com o futuro
O hábito de leitura no Brasil precisa ser cultivado com dedicação e constância. Formar leitores é formar cidadãos críticos, sensíveis, éticos e criativos. Investir na leitura é apostar em um futuro com mais reflexão, empatia e possibilidades de transformação.