TEXTURA VIVA
Esta mostra traz e faz parte de uma série de estudos sequenciados, desenvolvidos durante nossa disciplina de desenho. São frutos, sementes, castanhas que por vezes passam despercebidos entre nós. Todos aparentemente secos, ou quase secos, nos iludem com sua vida latente, guardada em seu invólucro natural por meio de sua forma rígida, sólida, porém extremamente trabalhada.
A Textura de seu entorno é o que nos interessa neste momento, este registro de transposição entre o objeto a ser observado e a interpretação do aluno-artista visual.
Textura, por si só, nos oferece a magnitude, por estar e pertencer a todas as coisas, estar e pertencer a uma das características da sintaxe visual, e por muitas vezes táteis, como é o caso de nosso projeto. Este fruto, tão pequeno, nos oferece generosamente o sabor, o cheiro e a beleza pela sua forma, cor e sua textura. Esta textura viva é composta por inúmeros orifícios, pequenos esconderijos, que aos milhões, nos proporcionam relevos e reentrâncias visíveis à exposição da luz, gerando quase desenhos tridimensionais.
O processo de trabalho, a proposta era desenrolar esta pele, planificar, transformar o tridimensional em bidimensional e, por vezes, novamente em tri, por meio da arte.
Nestes estudos por escolha dos artistas-alunos, cada qual ao seu modo, optou por uma maneira de ampliar as suas representações, trazendo o olhar particular e merecido de suas fontes inspiradoras. Os processos, todos eles, são meios para alcançar um objetivo: a poética pessoal. Poética revelada por meio de fotos, de vídeos, de pinturas; mural e cavalete, gravadas, bordadas e rebordadas, trazendo consigo as lembranças de suas origens, e quando nos encontrarmos novamente com nossos pequenos objetos, quase que ao acaso, poderemos antes de saboreá-los, então, sentir e apreciar também a delicadeza de sua textura viva.
Sergio Gregorio
Professor de Desenho
Bacharelado em Artes Visuais da Faculdade Santa Marcelina